terça-feira, 23 de setembro de 2008

Capítulo 28.

4 anos se passaram e confesso que ainda era possível encontrar um buraco no meu coração por causa da partida inesperada da Jessey.Mas a vida continou.
Já notava o crescimento das pessoas e o envelhecimento das pessoas.Milla esticou,espichou mas continuou com o mesmo brilho no olhar.David se tornou maduro principalmente porque seu trabalho cobrava tal coisa e com alguns cabelos brancos.Juan e Judie nunca mais os vi,assim pessoalmente,mas pelas fotos pareciam feito nós.E eu.Ah minha vida.Continuei dando as aulas de inglês apenas por hobbie para crianças interessadas e claro,para a minha filha,meus cabelos continuaram loiros,o olhar distante,mas a forma de modelo já ficara para trás.
Madura e ciente da vida,uma mulher,com total certeza.
Mas foi nessa total mudança,inquieta e nova que algumas características se tornaram desnecesárias,principalmente para o meu coração,que ainda maguado,mereceria um prazo maior de descanço.
Nada como eu queria que tivesse sido.
-Amor,eu ando com uma dor imensa nas costas.- uma reclamação masculina que saía da cozinha e chegou à sala.
-Nossa amor!Desde quando e por quê não me disse antes?
-Alissa,dá pra se acalmar?É só uma dor.
Três meses de dor,até eu colocar um fim nisso,com uma visita ao médico.

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-Vou pedir uns exames,mais nada preocupante certo?Não se preocupem,vai dar tudo certo.Vejo os senhores daqui quinze dias está bem?
Concordamos.
Os mais longos quinze dias da minha vida a espera de resultados tão preciosos: a saúde do meu marido!
Esperei.
Esperamos.


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-David da Costa ,por favor.- uma voz nos chamava até o consultório.
Entramos.
O cheiro da ansiedade era maior que o cheiro da experiência.Neste ponto,eu já estava roendo as unhas á espera.
-Vamos ver,vamos ver.
Abriu o lacre.
Um silêncio.
Juro que eu já estava ensaiando um texto enorme dizendo obrigado pela atenção e tudo mais,porque eu tinha total certeza dos resultados,que não acusariam nada de errado,mas os planos mudaram.
-É.David,posso falar com a Alissa em particular por favor?
Um arrepio.
Um medo.
Ele deixou a sala.
Eu,deixei a confiança.

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